Inesquecíveis...

"A imortalidade existe na alma de quem ama"
"E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música." (Friedrich Nietzsche)

12 de out. de 2009

Sobre a amizade - William Shakespeare

Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...

Não precisamos da paixão desmedida...

Não queremos beijo na boca...

E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama...

Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...

Sem nada dizer...

Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...

Alguém que ria de nossas piadas sem graça...Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...

Que nos teça elogios sem fim...

E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridadeinquestionável...

Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...

Alguém que nos possa dizer:
Acho que você está errado, mas estou do seu lado...
Ou alguém que apenas diga:
Sou seu amor!
E estou Aqui!
William shakespeare
http://www.pensador.info/autor/William_shakespeare/
http://bellaartesrosana.blogspot.com/

Texto lindo sobre as nossas perdas - Lya Luft

Primeiro, não queremos perder


É LÓGICO NÃO QUERER PERDER.


NÃO DEVERÍAMOS TER DE PERDER NADA:

NEM SAÚDE,

NEM AFETOS,

NEM PESSOAS AMADAS.

MAS A REALIDADE É OUTRA:

EXPERIMENTAMOS UMA CONSTANTE ALTERNÂNCIA DE GANHOS E PERDAS.

SEGUNDO: PERDER DÓI MESMO.

NÃO HÁ COMO NÃO SOFRER.

É TOLICE DIZER NÃO SOFRA,

NÃO CHORE.

A DOR É IMPORTANTE.

O LUTO TAMBÉM.

TERCEIRO:

PRECISAMOS DE RECURSOS INTERNOS PARA ENFRENTAR A TRAGÉDIA E A DOR.

A FORÇA DECISIVA TERÁ QUE VIR DE NÓS,

DE ONDE FOI DEPOSITADA A NOSSA BAGAGEM.

LIDAR COM A PERDA VAI DEPENDER DO QUE ENCONTRARMOS ALI. A TRAGÉDIA FAZ EMERGIR FORÇAS INIMAGINÁVEIS EM ALGUMAS PESSOAS.

POR MAIS DEVORADOR QUE SEJA,

O MESMO SOFRIMENTO QUE DERRUBA FAZ VOLTAR A CRESCER. QUANDO É HORA DE SOFRER NÃO TEMOS DE PEDIR LICENÇA PARA SENTIR,

E ESGOTAR, A DOR.

O LUTO É NECESSÁRIO,

OU A DOR FICARÁ SOTERRADA,

SEU FOGO QUEIMANDO NOSSAS ULTIMAS RESERVAS DE VITALIDADE E FECHANDO TODAS AS SAÍDAS.

APRENDI QUE A MELHOR HOMENAGEM

QUE POSSO FAZER A QUEM SE FOI

É VIVER COMO ELE GOSTARIA QUE EU VIVESSE:

BEM,

INTEGRALMENTE,

SAUDAVELMENTE,

COM ALEGRIAS POSSÍVEIS

E PROJETOS ATÉ IMPOSSÍVEIS.



Texto: ESCRITORA LYA LUFT



9 de out. de 2009

Mania de explicação - Adriana Falcão

Mania de explicação por Renata_Pancich.
Era uma menina que gostava de inventar uma explicação para cada coisa.

Explicação é uma frase que se acha mais importante do que a palavra.
As pessoas até se irritavam, irritação é um alarme de carro que dispara bem no meio de seu peito, com aquela menina explicando o tempo todo o que a população inteira já sabia. Quando ela se dava conta, todo mundo tinha ido embora. Então ela ficava lá, explicando, sozinha.
Solidão é uma ilha com saudade de barco.
Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança pra acontecer de novo e não consegue.
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.
Pouco é menos da metade.
Muito é quando os dedos da mão não são suficientes...
 
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Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.
Agonia é quando o maestro de você se perde completamente. Preocupação é uma cola que não deixa o que não aconteceu ainda sair de seu pensamento.
Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.
Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.
Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.
Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.
Renúncia é um não que não queria ser ele.
Sucesso é quando você faz o que sempre fez só que todo mundo percebe.
Vaidade é um espelho onisciente, onipotente e onipresente. Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.
Orgulho é uma guarita entre você e o da frente.
Ansiedade é quando faltam cinco minutos sempre para o que quer que seja.
Indiferença é quando os minutos não se interessam por nada especialmente.
Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.
Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração....


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Alegria é um bloco de Carnaval que não liga se não é fevereiro.
Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.
Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.
Decepção é quando você risca em algo ou em alguém um xis preto ou vermelho.
Desilusão é quando anoitece em você contra a vontade do dia.
Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas, geralmente, não podia.
Perdão é quando o Natal acontece em maio, por exemplo.
Desculpa é uma frase que pretende ser um beijo.
Excitação é quando os beijos estão desatinados pra sair de sua boca depressa.
Desatino é um desataque de prudência.
Prudência é um buraco de fechadura na porta do tempo.
Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.
Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.
Emoção é um tango que ainda não foi feito.
Ainda é quando a vontade está no meio do caminho.
Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.
Desejo é uma boca com sede.
Paixão é quando apesar da placa "perigo" o desejo vai e entra...
Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não. Amor é um exagero... Também não. É um desadoro... Uma batelada? Um enxame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego? Talvez porque não tivesse sentido, talvez porque não houvesse explicação, esse negócio de amor ela não sabia explicar, a menina.

Adriana Falcão


Fotos por Renata Pancich

6/3/10

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